Olá, gente! PJ de volta aqui para continuar nossa árdua tarefa de indicar quadrinhos para quem quer conhecer mais sobre a linguagem. Como abordei na primeira parte dessa série de publicações, a meta desse trabalho é mostrar as diversas possibilidades que alguém que não conhece tanto assim sobre a linguagem e o universo das HQs pode ter para se reaproximar das narrativas gráficas. No primeiro texto foram indicados 10 quadrinhos, nesse serão mais 10 e na semana seguinte outros 10, totalizando 30 HQs que, ao meu ver, são boas "drogas de entrada".
Como falei anteriormente, toda lista de "melhores" ou "mais indicados" é uma armadilha, e muita coisa fica de fora. Então, mais do que indicar esses quadrinhos, o melhor conselho que eu possa dar é: procure ler quadrinhos. Das mais diferentes pessoas, dos mais diferentes países, das mais diferentes formas. Em algum momento, uma boa história vai acabar te cativando.
Caso queira saber quais quadrinhos indiquei anteriormente, basta dar uma lida na parte I dessa série.
Sem mais delongas, vamos às nossas indicações.
Pílulas Azuis
Autor: Frederik Peeters
País de Origem: Suíça
Lançado no Brasil pela Editora Nemo
Ritmo de Leitura: Lento
Por que indicar: A HQ narra parte da vida do próprio autor, Peeters, lidando com uma história de amor um pouco diferente da que costumamos ver em livros, séries e filmes. Ele se apaixona por uma jovem soropositiva, e o quadrinho trata o tema da AIDS (lembrando que ser soropositivo é diferente de "ter AIDS", a HQ fala muito bem sobre isso) de forma apaixonante, mostrando tanto a visão da bela Cati, amedrontada por se envolver em um namoro e se sentindo culpada pelo seu filho também soropositivo, quanto a visão de Peeters, que não sabe como lidar com o preconceito dele e das pessoas ao seu redor, com a vida sexual, com o presente e com o futuro do seu relacionamento. Mais interessante ainda é ver que ambos os personagens são ignorantes em relação à condição, por muitas vezes sofrendo sustos e aprendendo a serem um casal. Lançado originalmente no começo dos anos 2000, a HQ, lançada aqui no Brasil em 2015, traz um extra desenhado por Peeters 10 anos após a obra original, falando sobre como a vida aconteceu para ele, para Cati e para outros personagens da história. Interessante ver o quanto o desenho do autor mudou com o passar dos anos, o traço do extra é o que ele usa na sua também premiadíssima série de ficção científica Aâma, a qual também sugiro como leitura, apesar de, acredito, ser uma leitura consideravelmente mais complexa. PS.: Pílulas Azuis foi a minha melhor leitura no ano de 2015.
Extras:
- Resenha sobre Pílulas Azuis no site Universo HQ
- Pílulas Azuis já foi indicada no Iradex Podcast 83
Mayara & Annabelle
Autores: Pablo Casado, Talles Rodrigues e Brendda Costa Lima
País de Origem: Brasil
Lançado no Brasil de forma independente pelo selo Fictícia
Ritmo de Leitura: Médio
Por que indicar: Quando uma história de super-heróis se passa no Brasil, ou quando o país aparece em algum filme estrangeiro, dificilmente as imagens fogem das regiões do Sudeste, como os cartões postais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Quando se chega no Nordeste, grande parte das representações daqui são das belas praias ou do sertão carcomido pela seca. Dificilmente obras mostram o Nordeste urbano, sejam as grandes capitais, sejam as cidades do interior. Mayara & Annabelle vem trazer à tona isso tudo.
A dupla criada pelo roteirista alagoano Pablo Casado e pelo desenhista cearense Talles Rodrigues é formada por duas funcionárias públicas concursadas da Secafc (Secretaria de Combate a Atividades Fora do Comum). Após descobrir podres nos bastidores da filial da Secretaria em São Paulo, Mayara, uma ninja espadachim, é transferida para Fortaleza, capital do Ceará, onde encontra Annabelle, uma bruxa ruiva que passa o dia assistindo séries no computador da firma. Acontece que Mayara traz com ela diversos incidentes estranhos para Fortaleza, até então uma cidade pacata, e a trama vai crescendo a cada nova página e volume lançado (até agora foram 3). Tanto nos cenários que mostram Fortaleza quanto os que mostram a cidade de Lavras de Pedra Branca (localidade fictícia que mistura diversos aspectos de cidades do interior cearense, como a arquitetura, as roupas e os trejeitos da população), dá pra se ver o sotaque, a cara do passado e do presente de nosso Estado. Tudo isso misturado com golpes de katana e magias arcanas, referências do Talles vindas dos mangás e das animações japonesas, com as tramas e subtramas que crescem a cada novo volume escritas por Pablo Casado. Recentemente, a obra ganhou duas mãos a mais na composição, com as cores e efeitos visuais da quadrinista cearense Brendda Costa Lima, que começou a colaborar com a série a partir do terceiro volume lançado no finzinho de 2016.
UFA! É muito bom falar de Mayara e Annabelle. Caso se interesse, fiquem atentos que dá para achar os volumes à venda no site da Fictícia ou nos estandes do selo presentes em eventos pelo Brasil. Além disso, cada volume é financiado anualmente pelo site Catarse, e em 2017 não deve ser diferente (espero).
Extras:
- Página da Fictícia no Facebook
- Site da Fictícia
- Campanhas no Catarse do Volume 2 e do Volume 3 de Mayara e Annabelle
- Mayara e Annabelle já foi indicado no Iradex Podcast 46 (o primeiro que eu participei)
Persépolis
Autora: Marjane Satrapi
País de Origem: Irã/França
Lançado no Brasil pela editora Companhia da Letras, no selo Quadrinhos na Cia.
Ritmo de Leitura: Lento
Por que indicar: Este quadrinho significa muito pra mim. Lembro quando recebi o primeiro dinheiro pelo meu trabalho (à época, minha primeira bolsa de extensão da Oficina de Quadrinhos da Universidade Federal do Ceará), corri para a Livraria Saraiva, acariciei as lombadas dos quadrinhos na estante e puxei aquele com capa laranja, robusto, escrito Persépolis. Nunca me arrependi, sinto como se ele fosse de fato o primeiro quadrinho da minha vida.
Persépolis é uma autobiografia em quadrinhos escrita e desenhada por Marjani Satrapi. Sob um traço simples, os quadrinhos narram o período complexo da chamada Revolução Islâmica do Irã, quando Marjani era uma criança prestes a se tornar adolescente. Passado e presente se chocam quando a pequena Marjani é obrigada a usar hijab e a se portar de forma totalmente diferente da que estava habituada nas ruas de um país com um governo autoritário. Enviada pelos pais para a Áustria, lá estudou, e retornou anos depois ao Irã, não sabendo mais em que lugar do mundo ela se encontrava. Quem era Marjane? Que é Marjane?
Persépolis foi adaptado para o cinema, e chegou a ser indicado para o Oscar de melhor animação de 2007. O cotidiano iraniano é material para outros de seus trabalhos em quadrinhos, como nos também excelentes Bordados (também autobiográfico) e Frango com Ameixas (ficção, também virou filme em 2011). Tudo feito por essa mulher é extremamente recomendável.
Extras:
- Resenha de Persépolis no site Universo HQ
- Trailer da adaptação cinematográfica de Persépolis
O Mundo de Aisha
Autores: Ugo Bertotti e Agnes Montanari
País de Origem: Iêmen/França/Itália
Lançado no Brasil pela editora Nemo
Ritmo de Leitura: Lento
Por que indicar: O subtítulo desta HQ dá um excelente panorama do que ela traz: A Revolução Silenciosa das Mulheres do Iêmen. A jornalista Agnes Montanari viajou ao Iêmen para pesquisar e entrevistar diversas mulheres e seus cotidianos em um dos países mais autoritários do mundo. Casos de mulheres obrigadas a casar desde criança, abuso sexual, violência dentro de casa são temas comuns nessas entrevistas que, após realizadas, foram quadrinizadas pelo italiano Ugo Bertotti. Muitas das fotos de Agnes permanecem dentro do quadrinho, dando um contraste interessante, uma mistura entre o traço cartunesco de Ugo e a realidade crua das fotos da jornalista francesa. Citada no título da obra, a história de Aisha é uma de três abordadas nas 144 páginas da HQ. A tal revolução silenciosa é mostrada na mulher que não usa o niqab ao olhar pela janela (e como ela é violentamente repreendida por isso), na dona de uma rede de hotéis e restaurantes que se esforçou desde muito cedo para cuidar o melhor possível dos filhos após a morte do seu marido, e de uma jovem que trabalha em um ambiente completamente masculino. O Mundo de Aisha foi a HQ que me fez escolher o meu tema de mestrado (quadrinhos e fotografia) dada a sutileza e a significação que as fotografias postas no papel trazem à trama. Olhares de dor, de alegria, de medo, de esperança, de vontade, de revolução.
Extra: - Resenha de O Mundo de Aisha - A Revolução Silenciosa das Mulheres do Iêmen no site Universo HQ
Solanin
Autor: Inio Asano
País de Origem: Japão
Lançado no Brasil pela editora L&PM
Ritmo de Leitura: Lento
Por que indicar: Inio Asano é considerado por muitos um dos melhores mangakas (a forma como os produtores de quadrinhos são chamados no Japão) da atualidade. A maneira como ele aborda as angústias e as alegrias da juventude em seus quadrinhos emocionam e tocam diretamente no coração dos que tem medo de, entre outras coisas, crescer. E é sobre isso que trata o belíssimo quadrinho lançado aqui no Brasil em dois volumes (baratinhos inclusive) pela L&PM (aquela mesmo que vende quadrinhos em versão de bolso, "pocket"). Meiko e Taneda estão namorando há 6 anos e vivem juntos há um certo tempo. Taneda trabalha em um emprego que o faz virar a noite e, quase sempre, ele chega em casa na hora que sua namorada, Meiko, está saindo pra trabalhar. Eles mal se veem e suas vidas se resumem a conseguir dinheiro suficiente para pagar as contas. Quando Meiko pede demissão do emprego que odeia, as vidas dela, de seu namorado e dos outros amigos do casal começam a mudar. Apesar do casal de protagonistas ser o centro da trama, Asano desenvolve os coadjuvantes tão bem que somos cativados por cada um dos integrantes desta história sobre ser adulto. As perguntas que ficam para os personagens e para quem lê o mangá é: você é feliz? Tem certeza?
Extra: - Resenha de Solanin 1 no site Universo HQ
Maus: A História de um Sobrevivente
Autor: Art Spiegelman
País de Origem: EUA
Lançado no Brasil pela editora Companhia das Letras, no selo Quadrinhos na Cia.
Ritmo de Leitura: Lento
Por que indicar: O único quadrinho vencedor de um Pulitzer, o maior prêmio de jornalismo do mundo. Não bastasse essa carteirada logo de cara, Maus permanece, mesmo depois de 30 anos de sua publicação original em 1986, um dos registros mais emocionantes e vívidos dos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial. Autobiográfico, a HQ é uma história sobre o autor contando uma história sobre seus genitores. Por meio de entrevistas, Art Spiegelman vai compondo e montando uma trama de dor sobre seu pai, Vladek, sobrevivente do holocausto. A narrativa flui de forma implacável entre a visão do quadrinista e do seu pai. O foco narrativo vai do presente em que o quadrinista interage com seu pai, ao passado, mostrando as atrocidades que Vladek viu e sentiu, além das estratégias para conseguir sobreviver a um dos episódios mais terríveis da história humana. Esteticamente, Maus se tornou um marco por trazer a antropomorfização, característica de desenhos animados e quadrinhos infantis, para uma narrativa sombria. Os alemães são desenhados como gatos, os judeus como ratos ("maus", em alemão), os estadunidenses como cachorros, dentre outras nacionalidades representadas na HQ de quase 300 páginas. Presença quase que unânime na estante de pesquisadores de História do mundo inteiro, Maus é uma pedida certeira para quem quer ler um quadrinho de qualidade e com grande relevância cultural.
Extra: Resenha de Maus no site Universo HQ
Bear
Autores: Bianca Pinheiro
País de Origem: Brasil
Lançado no Brasil de forma independente em webcomic e posteriormente lançado impresso pela editora Nemo
Ritmo de Leitura: Médio
Por que indicar: Como falei no primeiro texto desta série, na parte do Cosmonauta Cosmo, achar quadrinhos infantis (sem ser da Mauricio de Sousa Produções) no Brasil é um tarefa um pouco difícil. Talvez não tão difícil quanto a árdua jornada de Raven. Um belo dia, a filhote de humano entra em uma caverna e desperta o urso Dimas, pedindo a ele que a ajudasse a encontrar seus pais. Quando Raven desenha em um papel um "retrato falado" dos dois, Dimas percebe logo de cara que aquela menina é diferente, afinal, os desenhos se mexem. Tecnicamente, a webcomic criada pela curitibana Bianca Pinheiro é um primor. Além dos desenhos e das belas cores, a artista ousa em criar páginas grandes e colocar GIFs, animações no decorrer da trama, algo somente possível de se fazer em um suporte multimidiático como a Internet. A editora Nemo já lançou 3 volumes impressos compilando as páginas desenhadas por Bianca Pinheiro. Se de um lado se perde a possibilidade de ver as animações que aparecem vez ou outra na HQ, do outro o leitor ganha a possibilidade de levar pra casa uma edição bonita e maior do que costumamos ver nos quadrinhos brasileiros (para ser mais exato, publicações com dimensões 20x32cm), respeitando o formato mais horizontal das páginas da webcomic. Além disso, no Tumblr onde as páginas são publicadas, tem versões em português e inglês da história, além de alguns extras bem legais. Fica a dica para quem quer acompanhar uma ótima história em quadrinhos infantil, longa e nacional.
Extras:
- Tumblr do projeto
- Resenha de Bear - Volume 1 no Universo HQ
- Páginas do Bear em inglês
Cortabundas - O Maníaco do José Walter
Autor: Talles Rodrigues
País de Origem: Brasil
Lançado de forma independente através do Catarse e posteriormente pela Editora Draco
Ritmo de leitura: Lento
Por que indicar: A minha leitura favorita de 2014 vem do Ceará. Talles Rodrigues (aquele mesmo do Mayara e Annabelle) mora no José Walter, tradicional bairro de periferia da cidade de Fortaleza. Apaixonado por lendas urbanas, o quadrinista cresceu ouvindo a história de um tal de Cortabundas, um homem que adentrava na surdina a casa das mulheres do bairro nos anos 1980. Munido de uma lâmina, o maníaco cortava as nádegas das mulheres e fugia, sem deixar rastros. Envolto em mistérios, o caso foi matéria-prima para o trabalho de conclusão de curso do Talles para o curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará. A história passada no boca a boca, as matérias sensacionalistas nos jornais da época e a pesquisa de campo feita pelo quadrinista fazem o caso bizarro tomar ares de thriller, tudo sob o traço "mangánesco" do jornalista/quadrinista. Talles foi orientado pelo mesmo professor que orientou minha monografia, o professor Ricardo Jorge (que também é personagem da trama), e vez ou outra a gente era orientado junto. Ver aquelas páginas feita no lápis se tornarem um dos meus quadrinhos brasileiros favoritos foi encantador. Inicialmente, o projeto foi lançado com o nome de Pânico no José Walter: O Maníaco que Seviciava Mulheres e foi financiado coletivamente pela plataforma Catarse. Depois, foi relançado com novo nome e novo projeto gráfico, e quem quiser levar para casa basta procurar nas livrarias por Cortabundas: O Maníaco de José Walter.
Extras:
- Página do quadrinho no site da Editora Draco
- Matéria do site Tribuna do Ceará sobre Pânico no José Walter
- Página do projeto no Catarse
Azul é a Cor mais Quente
Autora: Julie Maroh
País de Origem: França
Lançado no Brasil pela editora Martins Fontes
Ritmo de Leitura: Lento
Por que indicar: O quadrinho chegou ao Brasil com o maior bafafá graças à sua adaptação cinematográfica estrelada por Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux. Diferente do filme, cuja protagonista se chama Adele, na HQ temos Clémentine, que no alto de seus 15 anos começa a conhecer mais sobre a sua vida amorosa e sexual. Entre idas e vindas da vida, ela passa na rua por uma outra jovem, Emma, com seus cabelos azuis e sorriso apaixonante. Diferente do filme, que explora uma visão bastante carnal do desejo entre as duas personagens (a própria autora da HQ não gosta do longa-metragem), o quadrinho é muito mais singelo em abordar a relação das meninas (foco em uma das minhas sequências favoritas de quadrinhos, uma página contendo uma conversa entre Clémentine e seu amigo, ambos em uma roda gigante). O drama de se apaixonar por uma pessoa de um mesmo sexo em uma sociedade homofóbica, o apoio dos amigos e o ódio dos "amigos", as primeiras paixões e a dor da rejeição paterna são alguns dos temas abordados na HQ. O mundo cinzento de Clémentine encontra nos cabelos azuis de Emma a cor que a faz ter coragem, e a quadrinista Julie Maroh enfatiza isso no traço belíssimo dessa que é sua primeira graphic novel, que chegou ao mundo levando para casa o Prêmio do Público do Festival de Angoulême de 2011, o maior prêmio de quadrinhos da Europa. O filme, por sua vez, apesar de muitas licenças poéticas em relação à trama original, levou a Palma de Ouro em Cannes em 2013. Eu, particularmente, gosto mais do quadrinho.
Extras:
- Resenha sobre Azul é a Cor mais Quente no site Universo HQ
- AvanteResenha feita por mim e com a Alessandra sobre Azul é a Cor mais Quente para a página do Avantecast
Graphics MSP
Autores: Vários
País de Origem: Brasil
Lançados no Brasil pela Editora Panini
Ritmo de Leitura: Lento
Por que indicar: OK, quebrando um pouco minha regra, não vou indicar aqui diretamente uma edição das Graphic MSP, mas o projeto como um todo. Falei no primeiro texto desta série que é muito comum os leitores de quadrinhos do Brasil começarem a ler (não só quadrinhos, mas ler mesmo, aprender a ler) a partir das historinhas da Turma da Mônica e, posteriormente, deixar de lado as HQs para fazer "leituras mais sérias". Ciente disso, o editor da Mauricio de Sousa Produções, Sidney Gusman, propôs a linha de graphic novels que hoje figuram sempre nas listas de quadrinhos mais vendidos do País. O projeto Graphic MSP procura contar histórias alternativas dos clássicos personagens da empresa, tais como a própria Turma da Mônica, o Astronauta, o cachorrinho Bidu, os animais da Turma da Mata, dentre outros. Todas as edições são produzidas por artistas brasileiros, com seus próprios traços, seguindo duas linhas editoriais claras: a de homenagem, fazendo histórias que são profundamente ligadas ao cânone dos personagens, apostando em uma veia mais saudosista (exemplos: Turma da Mônica pelos irmãos Cafaggi, Bidu por Luís Felipe Garrocho e Eduardo Damasceno, Chico Bento por Gustavo Duarte); ou de reinvenção, abordando as ideias ao redor dos personagens da MSP com um visual diferenciado, passeando por temáticas como aventura, suspense ou mesmo terror (exemplos: Piteco por Shiko, Astronauta por Danilo Beyruth e Cris Peter, Papa-Capim por Marcela Godoy e Renato Guedes). Se na sua vida você seguiu à risca esse roteiro de ler Turma da Mônica e deixar de lado os quadrinhos, as Graphic MSP são ótimas pedidas para poder retornar ao mundo das HQs, acompanhados dos amigos que já acompanhavam você na infância.
Extras:
- Confira a sequência e a lista de Graphics MSP lançadas até então, além das divulgadas para serem lançadas nos próximos meses
- O Iradex já chegou a fazer vários programas sobre as Graphics MSP. Você pode conferir nossas opiniões sobre algumas desses quadrinhos no Iradex Podcast 34 e no Iradex Podcast 89
Tá gostando das indicações? Pois semana que vem tem mais, quando eu finalizo a lista de 30 obras que acredito serem ótimos "quadrinhos de entrada" nesse mundo louco, amplo e cada vez mais em expansão que são os quadrinhos. Lembrando, caso queira saber quais quadrinhos indiquei na primeira parte dessa lista, basta clicar neste link. E a terceira e última parte você encontra aqui. Além disso, caso você leia HQ já há um certo tempo, pergunto: quais obras você sentiu falta na lista até então? Manda aí nos comentários, será um prazer conversar com você sobre o assunto.
Então é isso, até semana que vem!
PS. e jabá: Se você quer conhecer mais sobre quadrinhos, a História da indústria, sobre linguagem e processo criativo e diversos outros assuntos ao redor das HQs, assina o feed do Avantecast em seu agregador de podcasts. Semanalmente, a gente lança programas com convidados de todos os Brasil, falando sobre quadrinhos, essa arte que nos une. Assina lá!