Apresentador senil sem noção e muitas vezes grosseiro ou empresário e comunicador perspicaz?
Sistema Brasileiro de Televisão ou Silvio Brincando com a Transmissão?
Independente das respostas, o alter-ego de Senor Abravanel é símbolo de televisão popular, vendas em massa e estimulador de mitos sobre sua vida e negócios.
Mauricio Stycer (Uol e Folha), jornalista especialista em televisão, realiza uma pesquisa profunda e embasada para desmistificar algumas dessas lendas sobre as muitas faces de Silvio Santos.
Corrigindo muitas histórias falsas alimentadas pelo próprio personagem ao longo dos anos, o autor traça uma linha do tempo para explicar a ascensão do vendedor de carnês até virar dono de canal.
Topa Tudo por Dinheiro, publicado pela Todavia Livros, pode ser definida como uma biografia acadêmica. Pois está recheada de reportagens, depoimentos e análise crítica sobre o patrão .
Os bastidores da relação de Silvio com as concorrentes Globo e Record são fascinantes. Pois ele locava horário aos domingos no início da TV Globo São Paulo (Domingão do Silvão veio antes do Faustop), chegando até a pagar dívidas da emissora platinada com empregados. Isso a Rede Globo não mostra?!
Além de ter comprado uma parte da Record da família Machado de Carvalho e revendido anos depois para o bispo Edir Macedo. Uma negociação que mostra as dúvidas e filosofia de negócios de quem usa a televisão primeiro como canal de vendas e depois como entretenimento público.
A face diretor de programação (de quem se diz só funcionário) rende as histórias mais divertidas como o “golpe” Casa dos Artistas x Big Brother e embates com Boni por Gugu e Jô Soares. Além das demissões e recontratações que junto com troca de horários viraram lendas nos bastidores da televisão brasileira.
São do próprio Silvio as ideias mais ousadas, as mudanças mais radicais, as contratações mais surpreendentes na história do SBT. São de sua responsabilidade, igualmente, os erros mais grosseiros, as decisões mais estapafúrdias e as mudanças mais equivocadas.
As alianças políticas (A Semana do Presidente), as “tentativas” eleitorais e proximidade explícita com o poder são analisadas. Lamentando a falta de relevância jornalística na programação de um canal recheado de novelas mexicanas, show de calouros e escapismos diversos e antigos. Lá vem o Chaves!
A transição gradual de poder para as filhas. A quebra do banco Pan-Americano. Algumas polêmicas e apostas recentes, como a sagaz menina Maísa. Uma trajetória de quase seis décadas marcantes na televisão e cultura popular. Atuação que parece longe da aposentadoria desde sempre anunciada.
Ou seja, mais algumas histórias para jornalistas desmentirem e aviõezinhos para a plateia.
Do mundo não se leva nada? Então vamos sorrir e cantar!
O Silvio Santos vem aí…. Quem quer dinheiro?
Silvio pode não gostar de jornalistas, mas jornalistas amam Silvio. E ele sempre foi uma grande história sem paralelo no meio.
Aconteceu na vida? O documentário mostrou? A biografia revelou? A coluna Caça aos Fatos recomenda!
Conheça histórias dos outros, analisadas por Bruno Garcia.