Tive a oportunidade de visitar minha primeira exposição de arte hiper-realista ontem. Quando as obras de Ron Mueck estiveram no Brasil (Rio e São Paulo), não pude ir, mas eis que uma grande exposição veio para a capital federal (ôba!).
A exposição ComCiência exibe a obra de Patricia Piccinini, uma artista plástica australiana que produz vídeos, desenhos, pinturas e esculturas surrealistas e hiper-realistas, e que esculturas! A abertura da exposição teve um balão inusitado sobrevoando o céu da Esplanada. Queria ter visto. 🙁
O que é a exposição?
A proposta de Piccinini é trazer à tona, por meio do surrealismo e hiper-realismo, discussões acerca dos padrões de beleza, racismo e xenofobia, temas bem atuais. As peças expostas nos causam estranheza, incômodo, um pouco de asco, mas, num segundo momento, somos envolvidos pela doçura e nos tornamos empáticos pelo que nos é mostrado. Talvez pelas peças simularem comportamentos humanos, ou de se assemelharem a nós.
A aceitação do estranho pelas crianças
A obra mostra, também, a naturalidade da criança em lidar com o estranho, de aceitá-lo bem. Inclusive, enquanto estávamos lá, algumas crianças rondavam as peças, e riam e comentavam da estranheza e beleza que aquilo tudo era.
"E se...?"
Piccinini também nos propõe pensarmos a respeito dos usos plásticos dos diversos materiais e das manipulações genéticas para fins específicos, possibilitando que nos perguntemos “e se?”.
E se usássemos tinta automotiva para pintar quadros?
E se os objetos inanimados de repente tomassem vida?
E se pudéssemos modificar geneticamente os humanos para obter vantagens fisiológicas?
A exposição inteira está dividida em três espaços, tem bastante coisa. Fomos em um horário tranquilo, o que foi ótimo. Ficamos sabendo que no final de semana passado teve mais de 7 mil pessoas! As peças ficam espalhadas nos salões e não tem cordão de isolamento, o que permite que cheguemos bem próximo para apreciarmos todos os detalhes. Só não pode tocar ou fotografar com flashes.
Detalhes... Muitos detalhes!
As peças todas demandam um tempo para observar suas nuances, e acho que vale a pena tomar alguns minutos, porque os detalhes são intrigantes. O zooantropomorfismo estarrece, e o que me surpreendeu mais, de tudo que vi, foi a perfeição da pele, a textura, os pelos, as manchas...
Texturas inacreditáveis!
As peças são de tirar o fôlego. Por diversas vezes me peguei querendo sentir o material, os pelos, as rugas, mas respeitei as regras de não tocar. Foi difícil!
Qual a melhor forma de aproveitar ao máximo a exposição?
Existe um audioguia fantástico, todo em português (pra Android e pra iOS), que explica bonitinho o sentimento que Piccinini buscava alcançar com suas peças. Você instala no dispositivo, aponta a câmera para os QRcode que estão presentes nas paredes da galeria, e aparece uma foto da peça e a opção de ouvir um áudio explicativo. Recomendo o uso de fones de ouvido para não atrapalhar a experiência dos outros visitantes! O guia é ótimo para a visitação, mas para quem não puder vir, vale muito a pena instalar o aplicativo e conhecer a obra.
Quem tiver a oportunidade de visitar, a exposição está montada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília até o dia 4 de abril, entrada franca.
Vídeo da cobertura feita via Snapchat (iradexnet).
Cobertura feita no Snapchat (iradexnet) da Exposição ComCiênci...A Exposição ComCiência, da artista Patricia Piccinini, está cartaz no CCBB Brasília (Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília) e na última terça, 26/01, a Emília foi lá e fez uma bela cobertura através do Snapchat (iradexnet).Pra saber mais detalhes, confere aí post com fotos e mais detalhes sobre a exposição: http://iradex.net/7528/
Publicado por IRADEX.net em Sábado, 30 de janeiro de 2016