Detetive Pikachu | Resenha | Iradex

Detetive Pikachu | Resenha

Por Guilherme Jales

Mais de 20 anos depois do lançamento do primeiro jogo da franquia, Pokémon finalmente recebeu uma adaptação para o cinema em live-action. Mas, nada de levar para as telas a história da clássica animação japonesa - o que temos aqui é um filme levemente inspirado no menos conhecido Detective Pikachu, lançado para Nintendo 3DS em duas versões, em 2016 e 2018.

Tim Goodman (Justice Smith) é um jovem adulto que nunca se deu muito bem com Pokémons e que, diante da notícia do misterioso desaparecimento do seu pai investigador, se vê em busca da própria identidade e do paradeiro do pai com um ajudante incomum - um Pikachu falante (Ryan Reynolds). Num universo onde todo humano tem um Pokémon companheiro, Tim se vê relutante em ter uma criatura ao seu lado - e é nessa relação que se baseia a evolução do personagem.

A película se passa em Ryme City, uma metrópole onde humanos e Pokémons convivem em harmonia. E é nesse cenário que se tem o grande acerto da obra: para os fãs de longa data, é impossível não vasculhar a tela em busca de referências e de personagens das mais diferentes gerações do jogo/anime. De um Charizard raivoso a uma manada de Bulbasaurs, é impossível não se maravilhar ao ver os Pokémons como seres reais na interação com os humanos.

A computação gráfica usada nas criaturas é mediana, mas é perfeitamente passável, principalmente quando se embarca na aventura; não chega a cair no “vale da estranheza” de tão fotorrealista, e acerta em abraçar a fantasia. O roteiro é bastante previsível, mas serve apenas como espaço para ser ocupado por Pikachu, o legítimo dono do filme. Interpretado por Reynolds em captura de movimentos, saem dele os melhores momentos do filme, com piadas feitas para agradar crianças e adultos.

Detetive Pikachu bebe da fonte dos mais diversos filmes, de Ted a Zootopia, para contar um drama familiar recheado de comédia e ação - no melhor estilo Sessão da Tarde. A interação entre Tim e Pikachu é recheada de comédia física, uma marca do diretor e corroteirista Rob Letterman (O Espanta Tubarões, Monstros vs. Aliens, As Viagens de Gulliver). E ao fim, o filme entrega o prometido: uma boa diversão, sem muita inovação no roteiro, mas num universo visualmente cativante.