Para comemorar meu aniversário, resolvi levar o nome da minha coluna ao pé da letra e criar uma mixtape para mim.
Juntei alguns artistas novos, pouco conhecidos, que são (apesar de muitos serem down tempo) fáceis de escutar, que dão “aquela coisinha”. Também coloquei Alanis pois, aparentemente é a trilha sonora dessa virada.
Vou falar resumidamente de alguns deles e/ou da track que vou adicionar. Cada artista, terá duas músicas nessa playlist – com exceção de Father John, que só tem uma música que combina com meu estilo.
Começando com o canadense Jordan Klassen. O estilo musical desse artista é categorizado como fairy-folk, algo imaginativo e com uso de instrumentos musicais menos comuns, mas “bonitinhos”, como xilofones, por exemplo. Sua voz doce combina perfeitamente com o minimalismo dos instrumentos (minimalismo musical acontece quando se busca o menor número de notas em um espaço de tempo na harmonia e ou na melodia, sintetizando sensações evocadas de forma quase orgânica). O minimalismo do seu estilo, ajuda bastante para que ressoem na imaginação do ouvinte as notas que não foram tocadas, assim reverberando o sentimento que o artista quis, a priori, trazer.
Serei bastante imparcial sobre Avid Dancer, pois absolutamente amo o trabalho desse artista, inclusive já tinha escrito sobre o mesmo há uns anos em outro domain. Jacob Summers, conhecido como Avid Dancer, ex-militar, nascido em Tenesse, cresceu no Alaska (sim?!) e atualmente reside em LA. A música que coloquei na playlist foi sua primeira a ser lançada, um surf-pop misturado com psych-rock, que mais parece um Tame Impala cantado pelo Erlend Oye. Um vocal retro, letras românticas com aquele amargo residual – é basicamente um artista que cria uma repaginação dos anos 60.
Summer Fiction é basicamente o resumo do que foi dito no primeiro parágrafo: suave e lembra um clima ameno, algo bem influenciado e demarcado na música pela banda Beach Boys. Inclusive, a track que escolhi é a que deixa mais perceptível essa extensão. O começo é um som de parque de diversões, com uma voz masculina que aparecia em várias bandas dos anos 50/60, evoluindo com uma narrativa cantada em notas, de forma bem romantizada.
A música Golden Days, de Whitney, é pura nostalgia, em vários níveis e camadas – seja no vocal agradável, apesar de agudo além do esperado, ou na tentativa de sensação de atemporalidade, ou até mesmo no ritmo, baseado em clássicos – a track capta o saudosismo, em toda sua produção.
Asgeir não é tão conhecido mundialmente, porém na Islândia (mesmo país maravilhoso que nos trouxe Bjork e Sigur Ros) ele é “sensação”; inclusive ganhou como o melhor álbum islandês em 2013. Seu primeiro single foi Kings and Cross, uma música charmosa, madura e harmoniosa, apesar de que tenho de avisar que tem de se ter alguns segundos de paciência, já que a música demora um pouco pra evoluir. Porém, o ritmo é brilhante e bastante surpreendente. (Na playlist também incluí um cover perfeito de Nirvana)
Cold Weather Company é extremamente trabalhada em volta do talento e dom dos musicistas. Verdadeiras obras-primas instrumentais. Quem gosta de música clássica moderna consegue reconhecer de longe que Cold Weather Company é um indie que possui todos esses fatores, além de um grande trabalho de produção musical, usando de técnicas que criam um ambiente acústico e sensorial ao longo da música. O piano e o violoncelo se completam em cada oitava. o crescimento da intensidade musical é algo digno do que se vê em clássicos. Aconselho escutarem mais do que o que está na playlist, pois todas as músicas deles possuem essa magnitude.
Rodada Bônus:
Aqueles que escuto em loop e são extremamente talentosos, além de serem brasileiros. Vale muito a pena escutar.
CID, artista brasileiro, o qual atualmente escuto basicamente todo dia, passa uma sensação de paz em suas músicas. SALVE já começa com grande impacto, já que as músicas são extremamente diferentes do que costumamos conhecer e escutar, seja pela letra que o artista escreve ou por conta da musicalidade, então, cada um acaba por encontrar uma faixa que agrada mais. No Spotify, por exemplo, Aldeota é a mais escutada, mas apaixonei-me pela sonoridade dele quando escutei Paz e Construção, e fui construindo um amor pelo álbum SALVE com Feliz por Te Encontrar e Pragas e Orações. É uma questão de momento. Já que, por mais que sejam down tempo, se divergem muito, tanto em conteúdo quanto na harmonia e melodia.
Spotify
Clique aqui para ouvir no Spotify
Escutem e descubram um pouco mais do que me toca, do que me move. Ah, e parabéns para mim =)
Hanna Pinheiro, DJ desde 2010 das grandes festas de rock de Fortaleza, destaque das noites da cidade com várias referências nos sons nacionais e também uma pesquisadora de musicas novas. Já foi DJ residente do Orbita Bar e DJ da Festa Fliperama. Atualmente tem residência no Berlinda Club.
