O Rock In Rio de 2011 foi a primeira vez que viajei para ver um festival de música, que retornava ao calendário do país depois de uma década e estabelecia o formato atual, acontecendo bienalmente com finais de semanas para públicos diferentes e uma cidade estilo parque/shopping com muitas atrações, patrocinadores e até música.
Música boa e alta, pois ouvir Motorhead, Slipknot e Metallica em um dia são aquelas oportunidades que somente um megafestival destes propiciam para o público.
Ao mesmo tempo que apresentaram boas bandas como Stone Sour do Corey Taylor, e outras esquecíveis como o Snow Patrol que fez a galera dormir antes de ver o Red Hot.
Ou seja, tudo épico para quem acompanhava os shows do Rock In Rio pela TV e rádio.
O festival completou 30 anos em 2015 e um documentário foi produzido pelo canal Multishow contando a história de construção dessa marca musical mundial.
O filme segue aquele formato padrão de entrevistas com produtores e bandas que relatam suas apresentações, sentimentos e histórias de bastidores. Destacando o pioneirismo e desafios ao trazer artistas internacionais e unir todas as tribos.
Porém, fatos polêmicos e curiosos ficaram de fora da celebração e vamos fazer jus ao nome da coluna relembrando alguns. Porque “isso a Rede Globo não mostra!”.
Frank Sinatra e James Taylor
Roberto Medina pediu ajuda a Frank Sinatra, de quem produziu show, para fechar com as bandas do primeiro festival. Segundo ele, Sinatra pegou o telefone e ligou para os empresários que conhecia dizendo: “Esse cara tem palavra. Pode confiar nele.”
James Taylor que andava recolhido em uma fazenda, enfrentando sérios problemas com drogas, topou participar. Relembra Medina: “ele disse depois que o show mudou a vida dele ajudando a retomar sua carreira”.
Exigências Esdrúxulas
Axl Rose só usa nove calças jeans de um certo modelo. Uma vez esqueceu no avião justamente a que cismou de usar no show. A produção saiu correndo para o aeroporto.
Prince pediu 200 toalhas para o dia do show. Medina bateu pessoalmente na porta dos motéis da Barra da Tijuca para pedir ajuda. Conseguiu as 200 e ele só usou três.
Bandas Nacionais se retiram do Rock In Rio 2001
Com o lema “Por um mundo melhor”, o Rappa foi a primeira banda nacional anunciada e a escolha ideal por suas letras politizadas que casavam com a propaganda.
Posteriormente, pediu para sair ao se sentir desprestigiado no horário de apresentação e ressabiado com as lendas de maus-tratos com artistas nacionais das edições anteriores.
Skank, Raimundos, Cidade Negra, Jota Quest e Charlie Brown Jr saíram juntos em solidariedade alegando “dificuldade de relacionamento junto a produção do festival.”
Mas, segundo o que o jornalista Ricardo Alexandre conta no seu livro “Cheguei bem a tempo de ver o palco desabar“, essa história é bem menos heroica e cada banda tinha seu motivo bem particular para desistir. Motivos que iam desde cachês e horários insatisfatórios até brigas internas e sentimento de que não era imprescindível participar.
Independente da versão verdadeira, o Rappa e Raimundos estão na lista negra até hoje. Fazendo falta no line-up nacional cada vez mais repetido e menos criativo.
Mesmo com a concorrência de outros festivais e turnês solos, acho Rock In Rio o melhor custo benefício pois sempre tem algo bom para ver. Basta saber escolher.
Vocês tem alguma história com o festival? Algum show marcante visto no local ou no conforto do sofá? Qual sua expectativa para a edição deste ano? Comentem!
Onde assistir: GlobosatPlay | YouTube | DailyMotion
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