Recomendo ler esse texto ao som dessa trilha.
O Batman é o meu personagem favorito dos quadrinhos e isso é redundante, pois quem me acompanha já sabe disso indo e voltando. A questão da vez é: você consegue imaginar como estou me sentindo na semana de estreia de Batman - The Dark Knight Rises?
Demorou, mas a TPB (Tensão Pré-Batman) bateu nas minhas canelas. Sinto aquele mesmo frio no pé da barriga de quando vamos para uma entrevista de emprego ou, sei lá, se apresentar em público. Entretanto, hoje, há mais ou menos quatro dias de presenciar o fechamento da Trilogia de Nolan, acordei com um sentimento diferente.
Estava lendo umas críticas antigas de Batman Begins, filme responsável por abrir essa fantástica Trilogia, quando meus olhos passaram pelo ano de 2005. Meus olhos passaram e minha mente ficou. Travei. Parei mesmo! Quando me dei conta, estava imaginando como era minha vida em 2005. O que eu estudava? O que eu fazia por essa Internet? Quais as notícias do mundo? Difícil lembrar perfeitamente de tudo, mas uma nostalgia bateu forte. Incrível como 2005 é sete anos atrás. Sete anos, duas faculdades, quatro empregos, amigos, problemas e uma nova filosofia de vida.
Ao ler textos daquele ano recordei ter aderido a uma nova maneira de viver em 2005. Por muito tempo fui uma pessoa temperamental sem freios. Entrava em discussões com o único objetivo de ganhar - mesmo sabendo estar errado. A "cabeça-durisse" era grande. Isso me levava sempre a chateações quase gratuitas. E o pior, chateações geradas por mim mesmo. Exatamente nesse ano aceitei o simples objetivo de ser feliz. Após isso, alguns vacilos foram e continuam sendo cometidos. Não é fácil para uma pessoa como eu era manter sempre a parcimônia. Hoje só entro em discussões quando tenho a certeza da não chateação.
Nós discutimos demais, brigamos demais e vivemos de menos. Para que convencer um nobre amigo a acreditar que Batman Begins é o melhor filme de quadrinhos lançado até àquela época? Essa nunca foi a questão da vida, nem a questão de falar o que penso sobre algo. Hoje, e depois de uma forte discussão com um amigo logo após o filme, consigo facilmente perceber o fato de que eu gostar só implica dizer que simplesmente eu gosto (eu, entendeu?). Seria muito chato se tudo que eu gostasse todos gostassem, não?
Depois dessa decisão de ser feliz, mesmo existindo pessoas que não concordem com aquilo que eu gosto, passei a escrever textos sobre cinema, geralmente aceito por muitos, por mais que estes discordassem algumas vezes de minhas opiniões. Também comecei a gravar podcasts, e hoje faço o Iradex sem medo algum de expor meu pensamento.
Cinema é assim para mim. É como se a linha do tempo da minha vida fosse marcada pelos filmes que assisto em suas determinadas épocas. Óbvio que nem todos os marcos da minha existência se baseiam somente nesses filmes, mas digamos que noventa por cento.
Faça esse exercício. Onde você estava em 2005? O que você fazia nesse ano? O que mudou? O que melhorou e o que piorou? Às vezes, ver o quanto evoluímos em sete anos serve para nortear cada vez mais os nossos caminhos desse negócio chamado vida.