John Williams foi o primeiro nome de um compositor que ficou gravado na minha mente. Quando criança, assistindo aos clássicos da Sessão da Tarde, nos estágios iniciais do meu amor por trilha sonora, eu tinha que saber o nome daquele que guiava as notas tão mágicas dos melhores filmes da minha infância.
Com 85 anos, John Williams é considerado um dos maiores compositores da história do cinema. Com 50 indicações ao Oscar (e 5 estatuetas conquistadas), ele é a segunda pessoa mais indicada ao prêmio, atrás apenas de Walt Disney. Seus temas são amplamente conhecidos, até mesmo por um público mais leigo, e suas composições foram responsáveis por deixar heróis e franquias já icônicas, imortais.
Em uma colaboração que dura até hoje com o diretor Steven Spielberg, Williams criou os temas de clássicos como “Tubarão”, “Superman - O Filme”, “E.T.” e “Jurassic Park”, assim como, junto à George Lucas, imortalizou os temas de “Indiana Jones” e de “Star Wars”. Apenas estes títulos seriam o suficiente para colocar o compositor no hall de mais querido do cinema, pois seus temas não só fizeram parte da infância de muitos, como contribuíram para que muitas crianças da época destes filmes se tornassem os cinéfilos que são hoje.
Mas comigo foi diferente. Claro que ao ouvir o tema de “Jurassic Park” eu já esperava o momento triunfante em que o T-Rex soltaria seu rugido, e com o tema de “E.T.” eu já imaginava como seria estar em uma bicicleta flutuante à luz do luar. Mas foi com o tema de Hedwig que John Williams se tornou eterno para mim. Ao compor a trilha dos três primeiros filmes de “Harry Potter”, a minha franquia favorita do cinema, Williams me fez ser eternamente grata pelo melhor época da minha vida: minha infância.
Mas mal sabia eu que o compositor ainda tinha uma surpresa reservada para mim. “Star Wars: O Despertar da Força” chegou aos cinemas em dezembro de 2015, e com o anúncio de que uma das maiores franquias do cinema estaria de volta, eu, ainda inexperiente nos caminhos da Força, entrei em um mundo ainda inédito para mim.
A maestria de Williams se fazia ouvir na aclamada The Imperial March, o tema de Darth Vader, em Binary Sunset, o tema da Força, e no inesquecível tema de abertura de todos os filmes da saga de Skywalker. Eu não podia duvidar de que estava sendo apresentado a algo digno do nome clássico, mas isso não me atingiu da forma que eu esperava. Por que essa franquia era tão adorada assim?
Porém, dezembro de 2015 chegou, e eu entendi. Na verdade, entendi não é a palavra certa, e sim, eu senti. Uma ligação estranha, um sentimento novo. Mas o que teria mudado de todos os outros Episódios, para este?
Rey. Uma coletora de sucata sem família, que passa seus dias todos iguais até descobrir que tem um dom. E o que John Williams tem a ver com isso? Bom, ele fez o que faz de melhor, criou mais um clássico. Rey’s Theme, um tema tão cativante e aventuresco, que me colocou na pele de Rey e me fez entender porque aquele mundo é tão adorado.
Williams compôs todos os filmes da franquia principal de “Star Wars” (não contando os standalones como “Rogue One” e o vindouro filme de Han Solo), mas quase não voltava para compor a trilha de “Star Wars: Os Últimos Jedi”. E o que o fez ter a certeza de voltar? Rey. O compositor afirmou que ao ver Daisy Ridley interpretar a personagem, ele não gostaria que nenhuma outra pessoa fosse responsável pelas músicas que acompanhassem sua jornada.
E assim, John Williams dará magia a mais um clássico em “Star Wars: Os Últimos Jedi”, que estreia nesta quinta-feira (14) no Brasil. O compositor certamente continuará fazendo parte da infância de várias gerações, ao mesmo tempo em que fará com que os já adultos retornem para a melhor época de suas vidas, nem que seja apenas até o filme acabar.
Estante Iradex
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Esta coluna foi escrita por Ana Louise e ilustrada por Caique Pituba.
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