Estante Iradex - George R. R. Martin | Iradex

Estante Iradex - George R. R. Martin

A sétima temporada de “Game of Thrones” chegou ao fim, e aproveitando o dia de seu nome, que tal conhecer um pouco mais sobre o homem que criou “As Crônicas de Gelo e Fogo”? George R. R. Martin ganha seu lugar na Estante Iradex por ter criado a obra que motivou o início do Sete Reinos, além de ter sido mencionado diversas vezes em todos esses anos do podcast.

O autor de 69 anos nasceu em Bayonne, New Jersey, no dia 20 de setembro de 1948, e desde jovem sua aptidão para a escrita era notável. Martin escrevia histórias de monstros para os vizinhos, em troca de centavos, oferecendo também leituras dramáticas para quem quisesse. No Ensino Médio, ele começou a escrever histórias de ficção para fanzines, e teve sua primeira publicação profissional em uma revista em 1970, aos 21 anos.

Na mesma época, George Martin se formou em jornalismo na Universidade Northwestern, em Illinois, onde também fez mestrado na área, e em 1977 teve seu primeiro livro publicado. “A Morte da Luz” é uma ficção científica que já conta com as características que viriam a marcar a carreira de Martin: uma escrita rica com personagens complexos. O livro foi publicado no Brasil apenas em 2012, pela LeYa.

Em 1980, Martin se aventurou pelos contos infantis com “O Dragão de Gelo”, livro que, segundo o autor, nada tem a ver com “As Crônicas de Gelo e Fogo”, mas que viria a motivar muitas teorias dentro deste universo. Dois anos depois, Martin lançou “Sonho Febril”, uma fantasia onde o autor cria sua própria mitologia de vampiros. Ambos os livros foram publicados pela LeYa em 2014 e 2015, respectivamente.

Algo que muitos podem não saber é que George Martin começou a escrever para a televisão bem antes de “Game of Thrones” estrear, tendo trabalhado nas séries “The New Twilight Zone” e “Beauty and the Beast. O autor também começou seu trabalho como editor de livros e um de seus trabalhos mais famosos na área é a série “Wild Cards”, que já conta com 22 livros lançados (com 7 deles lançados no Brasil), e um projeto de ser transformado em série televisiva pela Universal.

A criação de “Wild Cards” teve grande influência do amor de Martin pelo mundo do RPG, no qual ele e seus amigos mergulhavam semanalmente, imaginando enredos, personagens e cenários diferentes. Assim, com a ajuda de outros escritores talentosos, Martin deu início a série “Wild Cards”, cujo universo aborda um mundo em que um vírus alienígena reescreve o DNA humano e mata 90% daqueles que têm contato com ele. 9% do restante é transformado em criaturas deformadas e 1% adquire super-poderes.

Outras das obras editadas por Martin incluem “Ruas Estranhas”, livro com 16 contos, e “Mulheres Perigosas”, que contém 21 histórias sobre mulheres guerreiras, incluindo “A Dança dos Dragões”, conto abordando o período de guerra civil dos Targaryen em Westeros.

É certo que a magnum opus de George Martin é a série “As Crônicas de Gelo e Fogo”, que como muitas obras de fantasia, é constantemente comparada à criação de Tolkien, tendo muitas vezes seu peso na literatura contemporânea diminuído por ser, como alguns críticos costumam afirmar, apenas mais do mesmo que Tolkien já havia criado.

A influência do autor de Senhor dos Anéis em “As Crônicas de Gelo e Fogo”, assim como em tantas outras histórias de fantasia, é inegável e o próprio Martin faz questão de ressaltar a importância de seu antecessor. No entanto, George afirma que seus livros, além de serem uma resposta à obra de Tolkien, são principalmente uma resposta aos imitadores do criador da Terra-Média.

“Eles rebaixaram a obra. Começaram a vender para o público obras degradadas. E eu pensei: ‘Não é assim que deve ser feito’. Autores começaram a pegar a estrutura dos tempos medievais, com castelos e princesas etc, mas escreviam em um ponto de vista do século 20. Eu queria combinar a maravilha e a imagem da fantasia de Tolkien com a escuridão da ficção história”, afirmou o autor.

George R. R. Martin certamente é muito mais do que Game of Thrones. Com uma bagagem que contém romances, contos, livros infantis, antologias e roteiros para televisão, o autor de New Jersey se consolidou como um sucesso mundial, e seu nome já está marcado como um dos principais nomes da literatura contemporânea.

Martin mantém uma boa relação com seus fãs, postando constantemente em seu blog e em sua conta no Twitter, participando de eventos nas mais diversas áreas e respondendo dúvidas sobre suas obras sempre que pode (sendo a principal delas “Quando Ventos do Inverno vai ser lançado?”).

Como conselhos para os jovens escritores que certamente serão influenciados por suas obras, Martin afirma:

“Leia! E não só o gênero que você quer escrever, mas tudo! Ficção, não ficção, revistas, jornais, biografias, romances. Todo autor tem algo a ensinar, seja para o bem ou para o mal. [...] E escreva todos os dias, mesmo que seja só uma página ou duas. Quanto mais você escrever, melhor você vai ficar. Mas não escreva no meu universo, ou no de Tolkien, ou no da Marvel, ou em nenhum outro plano de fundo emprestado. Todo escritor precisa aprender a criar seus próprios personagens, mundos e cenários. Usar o mundo de outra pessoa é preguiçoso. Se você não exercitar seus ‘músculos literários’, você nunca vai desenvolvê-los. [...] Mas o que quer que você faça, boa sorte...você vai precisar”.


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Esta coluna foi escrita por Ana Louise e ilustrada por Caique Pituba.

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Estante Iradex - George R. R. Martin por Caique Pituba