Maratonando Good Girls, me veio a cabeça: por que não fazer uma edição apresentando artistas desconhecidas (ou ao menos bem alternativas) da música que aparecem em trilhas sonoras? Então temos aqui a MIXTAPE 11. Serão apresentadas de forma mais detalhada algumas das nossas personagens dessa edição abaixo. As outras, bem, estarão na playlist disponibilizada. Vamos lá.
HAIKU HANDS
Com uma batida moderna beirando o eletrônico, contudo, trazendo algo dos anos 80, esse trio australiano formado por Claire Nakazawa, Mie Nakazawa and Beatrice Lewis, produz o que vamos categorizar aqui como eletro-indie. Bem catchy (aka chiclete), é o tipo de música que se escuta uma vez e dá um loop eterno em sua cabeça (ao menos a música It's Not About You, que não é o hit das garotas, mas é a que mais me chamou atenção no caso). Resumindo, é um estilo bem divertido e animado, porém, não é tão simples... Agora, fascinante? Sim! A forma como foi produzido, então.
Além elas são bem novas no mercado – lançaram seu primeiro single esse ano, mesmo. Ou seja, em primeira mão, está aí para vocês uma banda em potencial para deslanchar.
EMPARA MI
Pausa pra música dramática e bem densa. Se você busca escutar algo bem dark, encontrou a coisa certa. Conheci pelo último single, Alibi, que está na trilha sonora de Kiss Me First. EMPARA MI é uma persona – a qual tem um quê dramático (o vídeo clipe, então, nem se fala), a voz é extremamente profunda, não digo grave por si só, mas consegue evocar algo além e a melodia, apesar de parecer simples, tem um trabalho, pois, conjuntamente com o vocal, se torna algo diferente do que é sempre visto. Além dos synths e batidas que se confundem entre hip-hop e pop. Para mim, de forma bem pessoal, acho que é um trabalho que renova o que uma artista chamada Iamwhoiam fez alguns anos atrás – e outras no mesmo estilo, não obstante, de uma forma mais pop.
Esse tipo de música costuma me atrair muito, diga-se de passagem, pois apesar da letra mostrar uma vulnerabilidade (existe algo de vencer uma situação, pois há uma crescente no melódico da música e na própria letra) há uma mudança de posição tomada diante da questão exposta na relação, um empoderamento por assim dizer.
TKAY MAIDZA
Pronto, voltamos pro pop! Digo pop-ish (que inclusive lembra muito o estilo que tocava quando comecei a ser DJ), hip-hop feminino beirando pop. Rapper e cantora, nascida em Zimbabwe – sua família mudou-se para Austrália no começo da sua adolescência. Entrei em contato com a sua música escutando Carry On, que é bem divertida, mas longe de ser um dos seus hits (que no caso são Simulation ou U-Huh). Outra artista que está no caminho praticamente certo pro sucesso. Lembra bastante o começo de SANTIGOLD (pra quem não conhece, vale a pena), inclusive já tendo trabalhado com o Martin Solveig – produtor de HITS extremamente conhecidos no mundo pop. A Rolling Stones já fez o comentário que ela é melhor rapper que cantora. Não posso negar, de fato os vocais não são os de maiores méritos nem possuem grande inovação, mas como rapper ela é maravilhosa.
GIN WIGMORE
Vamos continuar na Oceania, agora na Nova Zelândia, e voltar no tempo em relação a vocal. Aqui é impossível não apaixonar-se pela voz da cantora. Ela refaz vozes de blues, misturando com pop, algo entre the Noisettes, Duffy e uma animação up beat dos anos 40 – tudo junto em uma música como Written in the Water Die Regardless. Vou categorizar como indie pop, porém com algo de soul que ganha seu coração (ao menos tem o meu). E além disso, é compositora de suas canções, inclusive já tendo ganhado prêmio por conta disso em 2004. Seus primeiros EP foram lançados em 2008 e foram hit no país o qual reside. E pra quem busca música que luta contra o patriarcado, seu álbum IVORY é um achado.
TAKEN BY TREES
Uma banda sempre presente em minhas playlists pessoais, e que já escutei bastante em uma fase mais dreamy indie da Suécia (uma fase bem específica em que eu só escutava artistas femininas suecas), Taken by Trees é um projeto de Victoria Bergsman, que fez parte da banda The Concretes por aproximadamente 10 anos, até deixá-la em 2006. Já trabalhou em conjunto com artistas extremamente cultuados, como Peter Bjorn and Johns na famosa música Young Folks. Sim, a voz feminina original nessa música é dela, o que por si só já contaria em inúmeras trilhas sonoras. Apesar de o esperado ter sido um deslanche em sua carreira, Victoria continuou seu projeto com músicas dreamy, indie-folk, não tanto comerciais, porém de extremo bom gosto e alta qualidade de produção.
SOFI TUKKER
Por último, mas não menos importante, temos o duo nova-iorquino Sophie Hawley-Weld and Tucker Halpern, que não é totalmente feminino, mas o vocal é, então vale ser citado. E ainda tem música em português!
As suas músicas costumam ser muito fáceis de escutar, e algumas possuem um certo conteúdo representativo.Inspiraram-se em poema brasileiros, para compor a música chamada Energia. Em uma entrevista ao Times, com muito amor, explicaram o porquê da criação em português:
Hawley-Weld: "Eu acho que é a língua cantada mais bonita. É naturalmente tão sensual e melódico."
Halpern: "Queríamos fazer algo que fosse mais sobre a sensação do que sobre o significado. Essa é uma das coisas que eu amo sobre o português. Porque como eu não entendo (o idioma) se torna um instrumento e eu realmente amo a melodia!"
Agora é hora do play. Aproveite!
Spotify
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Hanna Pinheiro, DJ desde 2010 das grandes festas de rock de Fortaleza, destaque das noites da cidade com várias referências nos sons nacionais e também uma pesquisadora de musicas novas. Já foi DJ residente do Orbita Bar e DJ da Festa Fliperama. Atualmente tem residência no Berlinda Club.
