- Está tudo escuro aqui! Eu não vou entrar nesse breu de jeito nenhum!
- Relaxa, eu vou primeiro. Mas calma, espere um segundo.
- Que foi?
- Está ouvindo esse som? Que barulho é esse?
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Texto, locução e edição por Mackenzie Melo. Edição complementar por Roberto Rudiney.
O primeiro áudio drama (versão em texto)
O ‘The Black Tapes Podcast’ vai terminar e eu não poderia deixar de escrever sobre ele antes dele acabar. Hoje, portanto, nem vou pedir desculpas. Mesmo que meu pai me pedisse para fazer alguma coisa, eu só iria fazer depois de terminar esse texto.
De todas as características humanas, creio que uma pertencente a todos os seres é a curiosidade.
Sempre me pergunto o que aconteceria se não fôssemos curiosos. Será que aprenderíamos algo? Será que descobriríamos algo? Acredito que é por isso que tudo que envolve um bom mistério sempre chama a nossa atenção.
Uma outra característica presente em todos os seres é o medo. De barata, de escuro, de muita ou de pouca gente, todos temos algum, em maior ou menor grau. A um dos personagens da série é perguntado, curiosamente “De que você tem medo?” E ele responde: “De envenenamento alimentar”.
Fiquei curioso quando, em Maio de 2015, me deparei com uma produção americana em podcast chamada The Black Tapes. Já faz algum tempo, então, na realidade, não tenho certeza se esse foi o primeiro ou o segundo áudio drama que ouvi, mas isso não vem ao caso.
De qualquer modo, eu tive a oportunidade de encontrá-lo quando ainda estava começando e por isso consegui acompanhá-lo à medida que ia evoluindo. Os dois primeiros episódios saíram um dia após o outro. Legal demais não ter que esperar muito pela continuação. Depois, semana após semana, um episódio por vez. Pensei, nossa, que massa! Só que logo depois fiquei na mão com muita vontade de ouvir os outros, mas, claro, tive que esperar um hiato na metade da primeira temporada. Só para, quando retomada, ter que esperar duas semanas entre capítulos... Frustração; e medo.
Daí a segunda característica. Como a temporada não foi sendo lançada regularmente, como não ter medo de estar ouvindo algo que não teria final? Foi assim que fiquei quando, apesar de os produtores terem dito que iriam continuar contando a história, o medo tomou conta. Mas, ufa... o receio não se concretizou.
Então veio a segunda temporada em Janeiro de 2016. Mais curiosidade e mais medo. Descobertas, incertezas, mistérios, dúvidas, algumas noites sem dormir... 12 episódios em 8 meses. Quanta espera. Ah, e teve o episódio de Halloween, no finalzinho de Outubro.
Acho que você deve estar curioso. Ainda nem falei sobre o que é esse podcast.
The Black Tapes – as fitas pretas – são uma referência a algo que acontece já nos dois primeiros episódios, quando Alex Reagan, a ‘host’ do podcast, nos apresenta o Dr. Robert Strand. Alex é jornalista e se interessa por pessoas e suas histórias e é atrás dessas histórias que ela está indo. Com isso, acaba se deparando com o mundo paranormal onde se vê e se ouvem fantasmas, aparições, demônios e coisas do tipo. Seguindo nesse caminho, ela decide conversar com especialistas no assunto, tanto do lado de quem acredita e busca provar que são reais, quanto também com aquele que quer desbancar esses supostos mistérios.
Esse “aquele” é o Dr. Strand e é no escritório dele que Alex encontra diversas caixas pretas de fitas VHS cujo conteúdo ainda – essa palavra precisa ser bem frisada – não está solucionado. Todas as outras fitas em caixas diversas já foram desmistificados e por isso – ainda – o Instituto Strand não teve que pagar o prêmio de 1 milhão de dólares oferecido àqueles que provarem que o paranormal realmente existe.
As duas primeiras temporadas exploram a relação entre Dr. Strand e Alex, com seus altos e baixos e o quanto a vida de Dr Strand está interligada com essas ‘black tapes’. Em meio a tudo que acontece, nos deparamos com os mais variados tipos de mistérios como, por exemplo, um som estranho que tem o poder de matar quem o ouve em um ano da data que escuta; sombras estranhas em todas as fotos de uma pessoa; seitas misteriosas; insônia; pesadelos; pessoas desaparecidas; sinfonias macabras; explicações científicas para situações aparentemente inexplicáveis; matemática; física... Nossa, é tanta coisa importante que é difícil deixar de fora algo pois posso não estar fazendo justiça com a série.
E a terceira temporada? Não apenas já está confirmada como também será o encerramento da série, o que me tranquiliza e deixa “triste” ao mesmo tempo. Apesar de querer que a história possa terminar e ser contada até o final, já fico com a quele gostinho de, “poxa, será que ela não poderia continuar um pouco mais?”. Sinto que não. Será muito melhor terminar agora do que ficar apenas enchendo linguiça, como, por exemplo, parece ser o que eu estou fazendo agora.
Os últimos seis episódios de The Black Tapes Podcast sairão a partir do dia 30 de Agosto e, se a constância for mantida, a cada duas semanas teremos um novo capítulo com a provável conclusão da história por volta do Halloween de 2017.
Uma última curiosidade. A palavra ‘apophenia’, apofenia, em português, é mencionada inúmeras vezes durante a série. Esse termo se refere ao fenômeno de percepção de padrões ou conexões entre coisas que não necessariamente existem naquilo que observamos. Por exemplo, como quando vemos carinhas em coisas, monstros em fumaças ou ligações entre números randômicos na mente de jogadores compulsivos, são todos formas de apofenia. Espero que vocês não façam nenhuma ligação ‘apofênica’ entre esse texto e qualquer teoria da conspiração envolvendo a RIPA.
P.s.: só mais um segundinho. Torço para que vocês não percam a paciência comigo. Sério. Uma hora esse primeiro texto que o pessoal da RIPA vive me pedindo, sai.
Opa, peraí, vamos com calma!
Quando escrevi esse texto, a terceira e última (?) temporada de The Black Tapes ainda estava sendo anunciada. Hoje, no momento em que escrevo a continuação, a série terminou.
Bem, não posso afirmar isso categoricamente pois existe uma grande dúvida no ar. Mas já já falo sobre isso.
Antes do início da terceira temporada, decidi ler algumas coisas a respeito da série, tentar descobrir quem eram os atores, participar (um pouco) de algum fórum em que pessoas conversassem sobre a série para entrar mais no clima.
Encontrei uma página no Facebook sobre o show onde fui acompanhando algumas opiniões de ouvintes o que, naturalmente, fez com que a expectativa crescesse. Naturalmente, como com quase qualquer expectativa grande – e em especial nesse caso pelo fato de as duas primeiras temporadas serem excelentes – infelizmente a terceira temporada deixou muito a desejar. Pelo menos na minha opinião e na da maioria dos ouvintes que pude acompanhar no grupo que participava.
Falei anteriormente que a última temporada teria 6 episódios, o que acabou realmente acontecendo. Entretanto, mesmo antes de estrear, começamos a sentir que resolver todas as situações que acontecem na série nesse tempo seria muito complicado. Mas continuamos a acreditar, afinal de contas, a pergunta “Do You Believe?” está estampada no site e é uma pergunta extremamente válida devido ao conteúdo da série.
A pena é que seis episódios, realmente, não foram suficientes para saciar, não apenas a sede por termos mais da excelente história que vinha sendo contada, mas também para solucionar os mistérios propostos pela própria série.
É exatamente aqui que entra o que falei no começo sobre a grande dúvida quanto ao encerramento da série. Alguns meses após o último episódio – que deixou muita gente realmente frustrada – um áudio misterioso de menos de um minuto apareceu no feed. O título do áudio? They know. (Eles sabem.) Quem sabe? Sabem o que?
Vozes de três personagens aparecem nesse episódio (?) e uma mensagem secreta – aparentemente já decodificada na internet – abrem inúmeras possibilidades para o futuro da série. Até mesmo de a série realmente não ter mais futuro.
As esperanças retornaram, mas pode ser apenas um jogo com os ouvintes. Será que teremos mais uma temporada ou é apenas um mistério a mais – como muitos dos que a série apresenta – que não teremos como resolver?
Muitas perguntas sem respostas, muitos mistérios a serem resolvidos, mas o que o pessoal da RIPA deseja ardentemente saber e que eu ainda não posso responder é quando finalmente sai o artigo que eles me pediram. “Do You Still Believe? (Você ainda acredita?)
P.s.: Uma hora, segundo ouvi falar, sai. Quer dizer, será que não já saiu e eu não falei nada? Será que eu só estou enrolando porque não sei o que eles me pediram? Será que só quero mesmo perturbar quem me pediu?
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