Para além de Gaga, Stefani
Desde quando estourou em 2008 com o hit “Just Dance”, Lady Gaga foi alçada a um pedestal e considerada uma voz das minorias, que consideram “Born This Way”, um dos hinos da diversidade desta nova geração.
Então vem se reinventando durante toda essa trajetória e em 2016 lançou "Joanne", um álbum que a própria artista considera extremamente pessoal. E é justamente a produção desse disco e a preparação da cantora para o icônico show no SuperBowl, que o documentário Gaga: Five Foot Two mostra.
Uma produção original da Netflix, o título com 1h 40min de duração – disponível desde 22 de setembro no catálogo do serviço – mostra uma Lady Gaga despida dos seus adornos amplamente mostrados pela mídia e conhecido pelos fãs, e abre espaço para Stefani Germanotta da vida real.
No início, enquanto ainda gravava Joanne ao lado do produtor Mark Ronson, ela está feliz e livre das correntes de sua própria imagem. Por vezes vemos Gaga se auto afirmando como uma nova mulher, que não tem mais medos e “inseguranças de antes”. Essas declarações, no entanto, soam contraditórias com o que vemos ao longo do documentário. O filme vai desconstruindo Gaga e, em camadas, revela a pessoa que ela realmente é.
Five Foot Two mostra o sofrimento da cantora com sua doença, a fibromialgia, tornada pública recentemente, com o cancelamento de vários shows da Joanne World Tour, inclusive o do Rock in Rio, aqui no Brasil. Em um momento no qual sofre com dores, antes do show de 90 anos de Tony Bennett, vemos uma Gaga fragilizada bem diferente daquela mulher forte com que estamos acostumados.
O documentário busca a todo tempo humanizar e desmistificar a “personagem” da cantora, mostra todo o medo enfrentado por ela, temendo não ser aceita pelos fãs “sem perucas” e ainda a fragilidade com que ela lida com os próprios relacionamentos mal sucedidos.
Um documentário que deve ser visto obrigatoriamente por aqueles que são fãs da cantora e, também, por quem só conhece a personagem Lady Gaga, e não a verdadeira Stefani.