Hayao Miyazaki encanta o mundo com seus filmes. Gerações de fãs cresceram tocados por clássicos como “Meu Vizinho Totoro”, “Princesa Mononoke” e “A Viagem de Chihiro”. Nasceu em 1941, Tóquio, no contexto da Segunda Guerra Mundial. Sua família era rica e vivia em condições privilegiadas para uma época difícil como aquela. Seu pai, Katsuyiki Miyazaki, trabalhava em uma fábrica que construía peças para os caças japoneses. Essa deve ser, provavelmente, uma das explicações de sua paixão por aviação até hoje.
Sua carreira artística inicia em 1963, logo após ter se formado em Ciências Políticas e Economia. Foi trabalhar como estagiário de animação na Toei Animation, e lá conheceu seu parceiro de trabalho, Isao Takahata. Foi a partir do lançamento, em 1984, do filme “Nausicaä do Vale do Vento” que a criação do Studio Ghibli começa a se fazer possível. A história do filme, no entanto, inicia-se muito antes, em 1982, quando Hayao Miyazaki trabalhava no projeto de um mangá sobre ficção científica. Ambos os formatos contemplam a plenitude artística do diretor: mundos maravilhosos, complexos, com mensagens pacifistas e ecológicas, o gosto pela aviação, o protagonismo feminino, entre outros aspectos tão bem construídos da identidade de sua obra.
Um detalhe interessante é saber que parte da personalidade da protagonista do filme, por exemplo, foi inspirada na Nausicaä de Homero, em Odisseia, e também em um conto do folclore japonês, “A Princesa que Amava os Insetos” (Mushi Mezuru Hime). Graças ao sucesso de bilheteria alcançado pelo filme, Miyazaki e Takahaka fundaram em 15 de junho de 1985, o Studio Ghibli.
Já são mais de 50 anos trabalhando com animação, dezenas de filmes e séries como animador, diretor, roteirista e produtor. Sua filmografia é vasta. Tentar conhece-lo através de sua trajetória na TV e no cinema é uma experiência única, mas nem sempre essa imagem que a maioria tem de um velhinho simpático de óculos e barba branca condiz com a realidade. Há dois documentários que mostram o cotidiano do Studio Ghibli e que podem ajudar nesse entendimento, são eles: “The Kingdom of Dreams and Madness“ (2013) e “Never-Ending Man: Hayao Miyazaki” (2016).
Miya-san como é chamado pelos amigos, é antes de tudo, um contador de histórias. Um ser humano incrível e lúcido que vive para criar mundos fantásticos, tocados por verdades universais apesar de trabalhar elementos essencialmente japoneses.
Estante Iradex
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Esta coluna foi escrita por Milla Medeiros e ilustrada por Caique Pituba.
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