Por Igor Vieira
Nos últimos anos, a Netflix criou verdadeiros fenômenos de popularidade. Mas nem só de produções originais vive o serviço de streaming. Séries e programas de TV de outras emissoras também têm conquistado a atenção do público quando adicionados ao catálogo da empresa. Foi assim com o reality show de competição RuPaul’s Drag Race. Embora seu criador não acredite que ele ou o programa chegarão a conquistar, de fato, a cultura mainstream, a corrida para achar a nova Drag Superstar dos EUA ganha mais fãs a cada temporada.
Para os que pretendem se aventurar no fabuloso mundo das drag queens, eu juntei algumas informações que você NÃO precisa saber antes de assistir ao reality, mas que podem tornar sua maratona ainda mais divertida. Por isso, start your engines and may the best woman win let’s get sickening!
1. RuPaul alcançou fama internacional em 1993 com a música Supermodel (You Better Work), do álbum Supermodel Of The World.
2. Além de cantor, Ru construiu sua carreira como ator, modelo, apresentador de TV, autor de livros, ativista pelos direitos LGBT e love brand, emprestando seu nome aos mais variados produtos licenciados.
3. Ele é considerado a maior drag queen dos Estados Unidos e, por que não dizer, do mundo.
4. Você pode chamar RuPaul de ele ou de ela. Elx não dá a mínima.
5. Ele leva até seis horas(!) para ficar completamente em drag antes das gravações do programa. O resultado é um visual impecável (ganha um doce quem achar a linha de sua peruca front lace).
6. O termo drag tem suas origens no teatro britânico, quando não era permitida a participação de mulheres e homens interpretavam tanto os papéis masculinos como os femininos.
7. O significado da palavra, no entanto, não é um consenso. A explicação mais aceita foi usada por RuPaul na sétima temporada. Drag seria um acrônimo para “dressed as a girl”, ou “vestido como uma garota” em português.
8. Muitas pessoas confundem drag queens com travestis ou transexuais. E embora existam, no programa e pelo mundo afora, mulheres trans fazendo drag, é mais comum encontrar homens gays cis neste universo.
9. Drag queens são, então, artistas e profissionais do entretenimento.
10. Para RuPaul, drag é apenas um trabalho. E ele não ligaria se nunca mais voltasse a se travestir.
11. Drag queens, geralmente, trabalham em casas noturnas para o público LGBT. Elas se apresentam dublando (lip sync) músicas de outros artistas. Mas como Mamma Ru já provou, elas podem atuar em diferentes áreas do entretenimento.
12. As queens são rotuladas de acordo com sua área de atuação ou a forma com que cada uma encara o drag. Existem, por exemplo, comedy queens, club kids e pageant queens. Estas últimas são especializadas em concursos de talento e beleza.
13. Essa pluralidade é refletida no elenco de RuPaul’s Drag Race. Algumas participantes valorizam apenas o seu modo de fazer drag, gerando animosidade e questionamentos sobre o que valida o trabalho de um artista neste universo.
14. Na sexta temporada, essa discussão recebeu especial atenção do reality quando RuPaul ampliou os horizontes de suas pupilas afirmando que drag é ser quem você quiser ser.
15. Ru também aborda o assunto na música Born Naked, quando diz que todos nascemos nus e o resto é drag.
16. A primeira temporada de RuPaul’s Drag Race foi exibida em 2009 pelo canal por assinatura Logo. Ao todo, oito temporadas já foram ao ar. Seis delas estão disponíveis na Netflix.
17. O programa também já exibiu duas temporadas All Stars, uma segunda chance para as favoritas do público que ficaram sem a coroa na sua primeira participação. Infelizmente, estas não estão disponíveis na Netflix.
18. RuPaul procura em suas pupilas carisma, singularidade, coragem e talento. Em inglês, essas palavras formam o acrônimo CUNT (o significado, para maiores de 18 anos, pode ser encontrado no Google).
19. RDR foi inspirado em America’s Next Top Model. Seu objetivo é encontrar a próxima Drag Superstar dos Estados Unidos.
20. Cada temporada reúne 12 ou 14 participantes que competem entre si em provas que testam suas aptidões e habilidades em costura, maquiagem, performance e todo o resto que faz uma drag queen.
21. Além do desafio da semana, as queens competem em um mini-desafio que dá à vencedora uma vantagem no desafio principal e se apresentam na passarela seguindo um tema escolhido pela produção.
22. Jurados convidados avaliam o desempenho das concorrentes, mas é RuPaul quem escolhe as melhores e piores de cada episódio.
23. As queens com os dois piores desempenhos se enfrentam no Lip Sync For Your Life para se salvar da eliminação. O Lip Sync For Your Life é uma espécie de Lip Sync Battle, só que melhor.
24. As performances no Lip Sync For Your Life podem fazer você rir, chorar ou, simplesmente, deixá-lo boquiaberto com tanto talento. É a arte drag em seu melhor.
25. Outras informações sobre este reality show vencedor do Emmy, você encontra no Iradex Podcast 108.
Termino com uma sugestão pra quem vai começar a assistir Drag Race. Comece pela quinta ou sexta temporadas. É lá que estão, na minha opinião, os maiores talentos, os melhores lip syncs e as histórias mais interessantes. E não esqueça, se você não consegue amar a si mesmo, como você vai amar outra pessoa? Can I get an amen up in here?