[Resenha] Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge | Iradex

[Resenha] Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Esse texto não contém spoiler

Expectativa é um mal que deve ser vencido. Há duas formas de fazer isso: lutar contra ou o resultado compensar. Em Batman não consegui vencê-la. Que bom! O filme fez valer tanto sofrimento.

Batman não é mais o Cavaleiro de Gotham, é quase um criminoso, foragido. "Aquele crápula!". Isso nos mostra o maior aprofundamento no personagem jamais visto durante a trilogia, bem como da história e as motivações do outrora herói de uma cidade. O Cavaleiro das Trevas Ressurge consegue atualizar Batman Begins, demonstrando cada vez mais motivos para Bruce Wayne sempre apostar em sua máscara; sua criação.

O impacto da cena inicial é logo amornada por uma condução estranha de Christopher Nolan. A perfeição do diretor não é vista no primeiro ato do filme. A trilha acompanha essa condução confusa e demora a aparecer como deveria. Depois de muito pensar, cheguei a uma conclusão: fomos enganados por Nolan, ele apenas estava nos mostrando a metáfora de um Batman quebrado e defeituoso em um filme também quebrado e defeituoso. Quando Bruce volta a vestir o preto e decide mais uma vez ser a solução de Gotham, a direção reajusta e a trilha aparece. Tudo melhora.

A partir desse segundo ato, Batman passa de filme para ópera. Hans Zimmer é quem diz: agora você irá sofrer, agora você irá sentir pena e agora você irá vibrar. O compositor recoloca Batman no local de onde ele nunca deveria ter saído. Uma obra. Uma maravilha. A trilha sonora tem alma.

Além do destaque para Zimmer, trago também Michael Caine. Seu Alfred é importantíssimo para a trama e para as metáfora do diretor. Ele atualiza cenas e falas já vistas e ditas nos outros dois filmes. O personagem também se mostra muito importante ao final, quando Nolan precisa nos levar para um lado totalmente oposto do que estávamos indo. O motivo do melhor ator do elenco ter sido apenas um mordomo para olhos leigos e nus não é por acaso. Alfred é tão importante, ou mais, do que o próprio Homem-Morcego.

O final da trama garante pequenas reflexões baseadas em boas surpresas. Nolan soube arranjar bem os elementos que ele e David S. Goyer criaram em quase três horas de filme. Elementos esses retirados majoritariamente dos títulos O Longo Dia das Bruxas e de A Queda do Morcego.

Nolan não erra e quando o faz é de propósito. Batman é reflexo de seu diretor: perfeccionista, inteligente e surpreendente. Se não é perfeito, beira.

Nota