[Resenha] Velozes e Furiosos 5 (Fast Five, 2011) | Iradex

[Resenha] Velozes e Furiosos 5 (Fast Five, 2011)

Não se pode pedir muito de Velozes e Furiosos, nunca foi assim. Por qual motivo agora no quinto filme essa máxima seria diferente? Estamos falando de um filme cujo principal papel é destruir todas as regras da física.

Quando estreou em 2001, Velozes e Furiosos lançou moda. Não foi a dos rachas de carro, pois isso já existia, nem a de modificar os carangos, pois isso também já existia. Foi fazer de carros fantásticos em seu original uma verdadeira alegoria de escola de samba. O que eu não imaginava, porém, era ver Velozes e Furiosos virando uma franquia com público tão fiel. Mesmo que tenha evoluído e deixado de lado essa de "Velozes e Coloridos".

No quinto filme da cinessérie temos de volta os irmãos Dominic e Mia Toretto (Vin Diesel e Jornada Brewster), o agora ex-agente Brian O'Connor (Paul Walker), Vince (Matt Schulze, de Velozes e Furiosos), Roman (Tyrese Gibson) e Tej (Ludacris) - ambos de Velozes e Furiosos 2 -, do terceiro filme temos o asiático Han (Sung Kang), a dupla Leo (Tego Calderon) e Santos (Don Omar), além de Gisele (Gal Gadot, de Velozes 4). É quase uma reunião em família das pessoas que dirigem rápido. Tudo isso acontecendo aqui no Brasil, no Rio de Janeiro.

O que eles não esperavam era um adversário à altura (pelo menos de Vin Diesel) perseguindo-os. Aí que entra Dwayne Johnson (outrora chamado de The Rock) interpretando o agente Hobbs. Como Toretto foge da prisão, cabe a esse brutamontes caçá-lo. Por sua vez, o que Hobbs não sabia é que seu inimigo não seria bem esse. É aí que entra o brasileiro Reies, interpretado pelo português Joaquim de Almeida.

O que chama atenção em Fast Five (título original) é o quão velozes eles não estão. Desde o quarto filme a trama está mais, digamos, furiosa. É até engraçado como brincam com as características dos três primeiros filmes. Em uma cena, Toretto e O'Connor olham para um carro e dizem: "ótimo, ele não está tunado", logo depois são recebidos pelo grupo que ao verem o carro bastante azul fazem uma piada associada aos Smurfs. Nesse, assim como no quarto filme, a confecção original do carro é mais valorizada.

A HISTÓRIA

Velozes e Furiosos 5 acontece logo em seguida da cena final de Velozes 4. O evento final do anterior reflete naquilo que guiará toda a história desse quinto. Uma história cheia de reviravoltas, mas que peca por apresentar o vilão mal construído e caricato demais.

Os atores, e diria que até o próprio roteiro, parecem estar bem deslocados no Rio de Janeiro, com exceção da atriz Jordana Brewster (Mia, a irmã de Toretto), que por aqui viveu dos seis aos dez anos de idade e fala um bom português. Esse desconforto acarreta em um festival de frases mal colocadas, má ambientação durante as perseguições, subtramas fulas, e até um trem em um deserto que eu não sei bem aonde fica. Sempre falo: quando Hollywood utiliza o Brasil como locação nunca dá muito certo (vide o recente O Incrível Hulk com Edward Norton).

Acredito que se Fast Five tivesse se apegado à simplicidade do primeiro filme da franquia, veríamos um roteiro mais coeso. De certo já temos o próximo título confirmado e o final do quinto apresenta um elemento especial para a trama que virá em seguida. O cinema vibrou, diga-se de passagem.

Apesar dos pesares, para que a vergonha de dizer que gosta da cinessérie? O importante, nesse caso, é ter uma diversão provinda de um blockbuster e nisso o filme consegue ser útil.

Nota: 5,5